
Projeto do Corpo de Bombeiros do DF treina cães para apoiar crianças com autismo, formar cães-guia e profissionalizar alunos. Iniciativa une inclusão e amor pelos animais.
O nascimento de oito filhotes da cadela Gamboa, no canil do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), marcou o início de um projeto inovador que une inclusão social, educação e bem-estar animal. Mais do que uma nova geração de cães, esses filhotes representam a esperança de uma sociedade mais empática e acessível.
Projeto com três frentes: inclusão, profissionalização e autonomia
Batizado de “Cães das Escolas Cívico-Militares”, o projeto é uma parceria entre o CBMDF e a Secretaria de Educação do DF (SEEDF), e atua em três eixos fundamentais:
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Educação e profissionalização de alunos: A primeira fase será implementada no CEF 1 do Núcleo Bandeirante, onde dez estudantes da escola cívico-militar receberão formação em cinotecnia (área dedicada ao estudo e treinamento de cães) no contraturno escolar. Durante as aulas práticas, eles ajudarão no adestramento de cães resgatados por ONGs parceiras, que serão doados já treinados, facilitando a adoção responsável.
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Apoio a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA): Parte dos filhotes será treinada para atuar nas escolas, promovendo interação social com crianças neurodivergentes. Cães das raças golden retriever e labrador serão preparados com técnicas de obediência e socialização, auxiliando no processo de aprendizagem e integração dos alunos.
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Formação de cães-guia para pessoas com deficiência visual: Outra frente do projeto retoma uma iniciativa adormecida no DF: o treinamento de cães-guia. O processo, que leva cerca de dois anos, terá uma fase de socialização com famílias voluntárias antes do treinamento final. Segundo o sargento Franklin Amorim, responsável pelo canil, um cadastro será aberto no site do CBMDF para selecionar famílias socializadoras, que receberão os cães por até um ano.
Impacto direto na vida de quem mais precisa
O paratleta Júnior Oliveira, de 28 anos, conhece bem a importância de um cão-guia. Desde que recebeu o labrador Baré, por meio de um programa em Goiás, sua vida mudou. “Com o cão, as pessoas se aproximam mais, oferecem ajuda com mais naturalidade. Com a bengala, isso não acontecia”, relata. Para ele, o novo projeto representa uma vitória para a autonomia e inclusão de pessoas com deficiência visual: “Agora, quem precisa não vai mais ter que buscar ajuda fora do DF”.
A importância dos cães no ambiente escolar
A ideia de inserir cães nas escolas cívico-militares surgiu da experiência do major João Gilberto Silva Cavalcanti, idealizador do projeto, como diretor disciplinar em uma escola pública. Ele percebeu como crianças com TEA enfrentam barreiras sociais que métodos tradicionais não conseguem romper. “Os cães criam pontes onde há muros. Eles promovem interações reais, com afeto, segurança e leveza”, afirma.
Um projeto que transforma vidas
Com o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) e de instituições parceiras, o CBMDF dá um passo decisivo rumo à construção de uma sociedade mais inclusiva, empática e colaborativa. Os filhotes da Gamboa não serão apenas animais treinados — serão agentes de transformação social.
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Fonte: Agência Brasília
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