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Gene Simmons, Kiss e o preço da idolatria: entre o capitalismo do rock e a emoção de um pai e filho

Gene Simmons, Kiss e o preço da idolatria: entre o capitalismo do rock e a emoção de um pai e filho

Gene Simmons cobra US$ 12.495 por experiência de fã como "roadie por um dia". Crítica, emoção e capitalismo se encontram em uma jornada única no universo Kiss.

Gene Simmons, Kiss e o capitalismo do rock: quando a experiência vale o preço?

Não é de hoje que o Kiss se destaca tanto pela música quanto pelo marketing. Chamado anos atrás pelo Financial Times de "o maior capitalista do rock", o grupo fundado em 1973 já licenciou seu nome para mais de 5.000 produtos — entre camisinhas e caixões. Para Gene Simmons, cofundador da banda, a visão é clara: os críticos vivem no porão da casa das mães; ele, por outro lado, "é dono do mundo".

Em dezembro de 2023, o Kiss encerrou sua turnê de despedida “End of the Road” no Madison Square Garden. Mas, como já é tradição no mundo das despedidas do rock, isso não foi exatamente o fim. Avatares digitais foram apresentados, projetados para eternizar a banda nos palcos — literalmente. E, claro, continuar gerando receita indefinidamente.

Paralelamente, aos 75 anos, Gene Simmons ainda incomoda os críticos. Sua mais recente iniciativa foi lançar uma turnê solo com a Gene Simmons Band, vendendo um pacote VIP de “Assistente Pessoal e Roadie da Banda por um Dia” por salgados US$ 12.495 (sem ingresso incluso). O preço exorbitante viralizou nas redes, sendo criticado por veículos como o Daily Mail, que chamou o músico de "ganancioso".

Quando o valor não é só financeiro

Mas a história vai além do polêmico valor cobrado. No Count Basie Center for the Arts, em Red Bank (Nova Jersey), um fã de longa data, Dwayne Rosado, de 52 anos, presenteou o filho Zach com a experiência — e também a si mesmo. Diagnosticado com esclerose múltipla, Rosado decidiu investir na experiência como uma forma de viver intensamente o agora. “Só se vive uma vez, e eu quero experimentar a vida”, disse.

Pai e filho participaram da passagem de som, jantaram com Simmons, tocaram no palco e receberam um baixo autografado. A cena, entre uma refeição com piadas inapropriadas e um solo improvisado de bateria, teve momentos emocionantes. Durante o show, Simmons chamou os dois ao palco e, ao ver Zach declarar no microfone que o pai era “o melhor de todos”, se emocionou. “Meu pai não estava lá quando eu era criança”, disse o roqueiro, “então ver um bom pai significa muito para mim”.

Capitalismo sem vergonha e emoção sem filtros

É impossível não refletir sobre o paradoxo encarnado por Gene Simmons: ao mesmo tempo que capitaliza cada centímetro da sua marca, oferece experiências que, para alguns, são de valor imensurável. "Há livre mercado, oferta e demanda", explicou Simmons. "Você compra um Rolls porque quer um Rolls, mas um Volkswagen também te leva lá".

Entre os momentos de deboche e as críticas ao custo, a história de Dwayne e Zach revela um lado que nem o marketing mais agressivo consegue forjar: a emoção legítima de uma conexão entre pai e filho. Isso não se vende em loja de souvenirs do Kiss, e talvez por isso mesmo tenha sido o ponto alto da noite para o próprio Simmons.

O show terminou com uma performance explosiva de "Rock and Roll All Nite". No camarim, Simmons resumiu o que realmente importou: "A coisa mais memorável para mim esta noite foi ver um filho expressando publicamente seu amor pelo pai. Isso não vem em lata no supermercado".


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