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Zelenskyy rejeita proposta dos EUA de ceder território à Rússia e reforça exigência por cessar-fogo total

 

Zelenskyy rejeita proposta dos EUA de ceder território à Rússia e reforça exigência por cessar-fogo total

Em meio a negociações de paz em Londres, Zelenskyy recusa proposta de cessão territorial à Rússia. Vídeo gerado por IA simula briga com Trump e levanta debate sobre desinformação. Entenda os desdobramentos da guerra na Ucrânia.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, rejeitou firmemente qualquer proposta de paz que envolva a cessão de territórios ucranianos à Rússia. A declaração foi dada na véspera de uma reunião de alto nível entre representantes dos Estados Unidos, Europa e Ucrânia em Londres, destacando o impasse diplomático que perdura após mais de três anos de guerra.

Durante conversas realizadas na semana anterior, em Paris, autoridades americanas chegaram a apresentar uma proposta que permitiria à Rússia manter controle sobre áreas ocupadas da Ucrânia — incluindo regiões como Crimeia, Luhansk, Donetsk, Zaporíjia e Kherson. A ideia, entretanto, foi prontamente recusada por Zelenskyy:

“Não há nada a ser discutido: essa é a nossa terra, a terra do povo ucraniano.”

Resistência europeia à proposta americana

Apesar de alguns aliados europeus demonstrarem cautela, há uma percepção realista de que as forças russas estão firmemente posicionadas nessas regiões. Um alto funcionário francês admitiu que, se o objetivo for alcançar um cessar-fogo imediato, ele teria que se basear na atual linha de contato entre os dois exércitos.

Ainda assim, segundo fontes diplomáticas, a prioridade para a Europa segue sendo a integridade territorial da Ucrânia e o fortalecimento de seus laços com o continente.

Cessar-fogo segue como condição essencial para diálogo

Zelenskyy deixou claro que a delegação ucraniana enviada a Londres está autorizada a discutir apenas um cessar-fogo total ou parcial e incondicional com a Rússia.

“Após um cessar-fogo, estamos preparados para negociar em qualquer formato”, afirmou o presidente ucraniano.

Segundo ele, qualquer demonstração de boa-fé por parte da Rússia só será considerada legítima quando houver resultados concretos. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitiu que um acordo é “complexo” e que não há prazo definido para que isso ocorra.

Novos ataques: Odesa e Zaporíjia sob fogo

Enquanto as negociações seguem, os ataques não cessam. Na madrugada de terça-feira (22), drones russos bombardearam a cidade portuária de Odesa, ferindo ao menos três pessoas. Já em Zaporíjia, duas bombas planadoras lançadas pela Rússia mataram uma mulher de 69 anos e feriram outras 24 pessoas, incluindo quatro crianças.

Zelenskyy reiterou, em sua conta no Telegram, que a proposta anterior da Ucrânia para um cessar-fogo focado na proteção de áreas civis continua válida, embora o Kremlin ainda não tenha respondido oficialmente.

Deepfake de briga entre Trump e Zelenskyy viraliza e acende alerta para desinformação

Paralelamente aos acontecimentos diplomáticos e militares, um vídeo gerado por inteligência artificial (IA) viralizou nas redes sociais, retratando uma suposta briga física entre o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente Zelenskyy no Salão Oval da Casa Branca. O conteúdo, apesar de fictício, foi elaborado com técnicas avançadas de IA, como deepfake e animação, mostrando os líderes em uma altercação intensa.

O vídeo ganhou destaque em plataformas como YouTube, TikTok e Instagram, sendo amplamente compartilhado e comentado — especialmente após o real encontro entre Trump e Zelenskyy em fevereiro de 2025, que foi marcado por um debate acalorado sobre o apoio dos EUA à Ucrânia. A reunião, embora tensa, não teve qualquer confronto físico e foi amplamente noticiada por veículos como The New York Times e BBC.

Especialistas alertam para os riscos de desinformação associados a vídeos como esse. Apesar de parecerem inofensivos ou humorísticos, conteúdos gerados por IA têm o potencial de distorcer a percepção pública dos fatos e manipular a narrativa em torno de eventos reais. A crescente sofisticação dessas ferramentas reforça a importância da verificação de fontes e da alfabetização digital.

Trump critica Zelenskyy e diz que recusa prolonga “campos da morte”

Em meio a esse cenário, Trump criticou Zelenskyy, acusando-o de estender desnecessariamente o conflito ao se recusar a negociar a situação da Crimeia:

“Se queriam a Crimeia, por que não lutaram por ela há 11 anos?”, publicou Trump em suas redes.

Trump defendeu a proposta americana como “muito justa”, sugerindo congelar as linhas territoriais atuais com concessões mútuas. O atual governo dos EUA, representado pelo vice-presidente JD Vance, declarou que pode abandonar as negociações caso não haja avanços concretos.

Dúvidas sobre o futuro das negociações

A ausência do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na reunião em Londres, aumentou o ceticismo sobre o futuro do processo. Ele foi substituído pelo enviado especial Keith Kellogg, enquanto outro negociador americano, Steve Witkoff, deve visitar Moscou novamente nos próximos dias.

Mesmo com os esforços diplomáticos, os combates seguem intensos. Nesta quarta-feira (23), um ataque de drone russo atingiu um ônibus na região de Dnipropetrovsk, matando nove pessoas e ferindo mais de 40. Imagens divulgadas mostram o veículo destruído, com estilhaços de vidro e sangue pelo chão.

Zelenskyy reforçou seu apelo por um cessar-fogo imediato e lamentou as mortes de civis, classificando a violência como um bloqueio ao diálogo de paz.


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