A Colossal Biosciences, empresa especializada em biotecnologia e desextinção, acaba de dar um passo histórico na ciência moderna: a criação de lobos terríveis por meio de engenharia genética. O feito não apenas revive uma espécie extinta há milhares de anos, como também inaugura uma nova era na conservação de espécies ameaçadas, como o lobo vermelho.
A Ciência por Trás da Desextinção Funcional
Segundo Beth Shapiro, bióloga evolutiva e uma das principais especialistas envolvidas no projeto:
“A desextinção funcional usa a abordagem mais segura e eficaz para trazer de volta os fenótipos perdidos que tornam uma espécie extinta única.”
Essa técnica consiste em estudar o DNA antigo da espécie extinta e, por meio da engenharia genética, adaptar o genoma de uma espécie substituta viva para recriar as principais características físicas e comportamentais da espécie perdida — no caso, o lobo cinzento foi o doador genético para recriar o lobo terrível.
Segurança Genética e Bem-Estar Animal
Durante o processo, os cientistas identificaram genes de pigmentação no genoma do lobo terrível, como OCA2, SLC45A2 e MITF, que influenciam diretamente a cor da pelagem. Como algumas variantes presentes nesses genes podem causar problemas de saúde em lobos modernos, a equipe optou por usar uma abordagem mais segura: induzir a perda de função dos genes MC1R e MFSD12, responsáveis por determinar a coloração dos pelos de maneira segura e sem afetar a audição ou a visão.
“Ao escolher projetar variantes que já passaram pelo teste clínico da evolução, a Colossal está demonstrando sua dedicação a uma abordagem ética para a desextinção.” – Elinor Karlsson, Ph.D., UMass Chan Medical School
Inovação Além da Desextinção
A pesquisa que permitiu o renascimento do lobo terrível gerou avanços importantes para a biotecnologia, como:
Técnicas de reconstrução de DNA antigo;
Ferramentas para edição simultânea de múltiplos genes;
Protocolos não invasivos para extração de células-tronco do sangue de canídeos selvagens (EPCs);
Biobancos genéticos que auxiliam em programas de conservação.
Essas células EPC, obtidas de forma rápida e indolor em lobos sedados, podem ser clonadas e usadas para preservar a diversidade genética de populações ameaçadas.
O Lobo Vermelho: Uma Segunda Chance
Paralelamente ao renascimento do lobo terrível, a Colossal conseguiu clonar com sucesso duas ninhadas de lobos vermelhos a partir de três linhagens celulares diferentes obtidas de lobos selvagens da Louisiana. Esses filhotes foram gerados a partir de transferência nuclear de células somáticas e representam um aumento de 25% na diversidade genética da população reprodutora da espécie.
“Agora temos a tecnologia que pode editar o DNA para aumentar a resiliência em espécies ameaçadas ou reviver espécies extintas. Isso cria um mundo mais habitável e equilibrado.” – Bridgett vonHoldt, Ph.D., Universidade de Princeton
Atualmente, menos de 20 lobos vermelhos vivem na natureza, tornando essa espécie a mais ameaçada da América do Norte. O trabalho da Colossal pode ser a chave para impedir sua extinção total.
Genética Aplicada à Conservação
O Projeto do Lobo Terrível também colaborou com a criação de um pangenoma dos canídeos nativos dos EUA, auxiliando na identificação de "alelos fantasmas" do lobo vermelho preservados em populações selvagens da Costa do Golfo. Esse conhecimento está sendo utilizado para criar estratégias de resgate genético, como defende o especialista Mike Phillips:
“A Colossal desenvolve técnicas genéticas para sustentar esforços de reintrodução de espécies ameaçadas. Isso pode beneficiar também a tartaruga de Bolson e outras espécies com diversidade genética comprometida.”
Da Ficção à Realidade: O Futuro da Renaturalização
O plano da Colossal vai além do laboratório. A empresa pretende reintroduzir seus lobos vermelhos e, futuramente, lobos terríveis recriados, em seus habitats naturais, em parceria com o governo dos Estados Unidos.
“A missão da Colossal é usar tecnologia para salvar espécies ameaçadas e restaurar ecossistemas. O retorno do lobo terrível é um marco para a ciência e para a conservação.” – Matt James, Chief Animal Officer da Colossal
O potencial de impacto ecológico dessa renaturalização é imenso: lobos são predadores-chave em seus ecossistemas e podem ajudar a restaurar equilíbrios ambientais, combater mudanças climáticas e preservar a biodiversidade.
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