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Proibição de Celulares nas Escolas: Benefícios e Desafios na Educação e Socialização dos Alunos

Proibição de Celulares nas Escolas: Benefícios e Desafios na Educação e Socialização dos Alunos

Desde a implementação da Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares nas escolas da educação básica, instituições de ensino do Distrito Federal têm adotado estratégias para estimular a interação entre os alunos. O Centro Educacional Incra 8, por exemplo, transformou espaços antes utilizados para o uso de celulares em pontos de leitura e jogos de tabuleiro, buscando melhorar a proficiência em leitura dos estudantes.

A iniciativa Leitura On, criada pela diretora Solange Pereira, surgiu da necessidade de elevar os indicadores de aprendizagem, como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo a diretora, os estudantes, acostumados a se reunir em locais com melhor sinal de Wi-Fi, passaram a frequentar esses espaços para ler e interagir de forma mais ativa. Apesar das dificuldades iniciais, a escola reforçou que a proibição do celular não é uma punição, mas uma estratégia para preservar a saúde mental e física dos alunos, reduzindo o tempo de tela.

A proibição dos celulares gerou impactos significativos no aprendizado. Professores relatam que a atenção dos alunos melhorou, com maior participação nas aulas e menos distrações. O professor de inglês Welbet Menezes destaca que, antes, os estudantes estavam sempre dispersos com jogos e redes sociais. Agora, eles fazem mais perguntas e interagem melhor.

A mudança também teve reflexos positivos fora da sala de aula. Alunos como Ana Catarina Ribeiro Caldas, 17 anos, relatam que a interação entre os colegas aumentou, promovendo mais conversas e jogos em grupo. Segundo ela, antes todos ficavam isolados no celular, e agora há um maior envolvimento social.

Os pais também apoiam a nova medida. Patrícia de Souza Rodrigues, mãe de uma aluna de 13 anos, observou melhora no desempenho acadêmico e redução do tempo de tela em casa. Para o professor de judô Walter Teruo Saheki, a proibição ajuda a desenvolver habilidades sociais nos adolescentes, evitando que fiquem excessivamente imersos no mundo virtual.

Entretanto, apesar dos avanços relatados, a restrição levanta questionamentos. Será que a proibição é a solução ideal para melhorar o aprendizado? O uso consciente da tecnologia não poderia ser incentivado de outra forma, integrando o celular como ferramenta pedagógica? A Lei nº 15.100/2025 trouxe benefícios claros, mas também reforça o debate sobre o papel da tecnologia na educação. Cabe às escolas e às famílias encontrarem um equilíbrio que prepare os estudantes tanto para a vida acadêmica quanto para o mundo digital em que estão inseridos.


Fonte: Agência Brasília

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