Apesar de toda a propaganda pró Black Friday nesse ano, com
empresas dispostas a reduzir de verdade seus preços para o consumidor,
percebemos que boa parte dessas empresas ficou somente nos comerciais. Durante
esse período foram 1.100 inserções comerciais na TV aberta brasileira com um
investimento de R$ 49,5 milhões.
A Marabraz fez 402 inserções totalizando R$
13,772 milhões e logo atrás vem as Casas Bahia com 231 inserções e um investimento de R$ 9,899 milhões.
Apesar de todo trabalho em mídia e ainda uma ajuda do selo “Black
Friday Legal 2014” (selo que identificava lojas que garantiram não ter seus
preços maquiados) percebemos que ainda assim, vemos consumidores que, ao fazer
uma pesquisa de preço antes e pós-evento, concluíram que muitas empresas
ofereceram o famoso “Tudo pela metade do dobro”. Veja, sou um defensor do livre
comércio, livre concorrência e livre mercado, mas como realmente vamos conseguir
dar um salto na livre concorrência se ainda percebemos que boa parte das
empresas brasileiras usam deste evento de forma desonesta?
Mesmo com PROCON, e o Instituto de Desenvolvimento do Varejo
(IDV) ainda percebemos fraudes em boa parte das promoções. De acordo com o
relato de um ouvinte, o mesmo estava procurando por um tipo de câmera para
computador em uma loja específica. O mesmo resolveu com um mês de antecedência ao
evento investigar o valor nessa loja somente para ver se o preço iria realmente
despencar. Pasmem!
Durante o mês que antecedia, até próximo de uma semana antes
da data do evento, o produto custava R$ 99,90. Uma semana antes de o evento
iniciar, esse mesmo produto, marca e modelo subiu para R$ 199,90 (um aumento de
cerca de 100%) e durante o período do evento o mesmo ficou com o valor de R$
124,90 (cerca de 25% a mais do valor que era oferecido antes do evento). Logo
após o evento o mesmo voltou ao valor de R$ 199,90 e ele está, até esse
momento, esperando o valor voltar para R$ 99,90, para assim, poder comprar seu
produto. É graças a atitudes como desse ouvinte, que primeiramente resolveu
pesquisar o valor, que se salvou do golpe do “Tudo pela metade do dobro”.
Se você ainda acha isso pouco, a comentarista do programa
Quentemente resolveu durante a Black Friday comprar um Xbox One. Procurou por
muitas lojas online conhecidas, incluindo uma cujo nome é uma onomatopeia de
uma explosão (nem preciso citar o nome) e percebeu que durante o evento, o
console nessa loja online, estava mais caro do que em outra loja online que não
possuía promoção para o mesmo produto, marca e modelo.
Isso eu não estou contando as mais de 12 mil reclamações
que site Reclame Aqui recebeu durante
esses dias que além da maquiagem de preços, encontramos: Dificuldade nos
acessos dos sites, Mudança no valor de produtos no momento de finalizar compra
e problemas no pagamento, incluindo a rejeição a cupons de desconto e a ausência
de opções de pagamento, como boletos bancários caracterizando como venda casada
ou seja, a pessoa só poderá aproveitar o desconto de 70% (talvez maquiado) se
comprar por cartão de crédito.
Sem contar que para resolver o problema dos descontos,
muitas empresas resolveram aumentar o valor do frete para abater esse desconto
fazendo com que o produto fique elas por elas, a pessoa paga mais barato no
produto e caro no frete. Vai entender.
Por falar em frete, vamos para a empresa que é o “maior
orgulho dos brasileiros” ou “a empresa que os brasileiros mais confiam”. Até
agora muitos consumidores ainda não receberam suas encomendas, muitas delas
retornaram com o famoso “Destinatário Ausente” sendo que a pessoa estava na residência
o dia inteiro esperando a mesma chegar. Já foi denunciados casos de desvio de
encomendas pelo canal Realidade Americana, onde os Correios simplesmente
desaparecem com a encomenda do destinatário. Ele alega, por exemplo, que se
colocar a palavra Iphone ou Playstation 4 no momento de despachar as entregas
dos Estados Unidos-Brasil, essas encomendas simplesmente desapareciam e não
chegavam aos seus destinatários. Ao contatar os Correios, eles o avisaram que
não deve colocar nem Iphone no nome dos pacotes e sim Cell phone que correria
um risco menor de ser roubado. COMO ASSIM!!!!!! Quer dizer que a pessoa deve
dizer que está enviando um Cell Phone e não um Iphone para não ter a encomenda
desviada?
Eu: OH! E AGORA, QUEM PODERÁ NOS DEFENDER?
Governo: EU
Eu: O Chapo... Não, eu queria o Chapolim mesmo.
Esse sábado às 14h pela Rádio Comunidade Gama (89,1) e
Domingo às 20:00 pelo programa Quentemente no site http://www.atitudenoar.com.br vamos
tratar sobre esse tema.
EDIT
Somente para constar: Brasileiro sendo HU3 HU3 BR BR. Empresários Brasileiros sendo BR's... Aproveite e leia esse post ouvindo a música desse vídeo. (Vou começar a usar esse vídeo sempre que tivermos algo bem BR aqui nas minhas postagens).
Bruno Tibério Santinoni (Tiberium)
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