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Feminicídio por Rejeição: O Caso de Sana Yousaf e a Realidade no Brasil e no Mundo

 

Feminicídio por Rejeição: O Caso de Sana Yousaf e a Realidade no Brasil e no Mundo

O assassinato da influenciadora Sana Yousaf, de 17 anos, no Paquistão, por rejeição amorosa, reflete um problema global de violência contra mulheres. Veja como casos semelhantes ocorrem no Brasil e no mundo. #ViolênciaDeGênero #Feminicídio #SanaYousaf

O trágico assassinato da influenciadora paquistanesa Sana Yousaf, de 17 anos, em Islamabad, expõe a gravidade da violência contra mulheres motivada por rejeição amorosa ou matrimonial. Sana, com mais de 1 milhão de seguidores no TikTok e Instagram, foi morta a tiros em sua casa por um jovem de 22 anos que a perseguia após repetidos contatos rejeitados. O caso, relatado pela CBS News, é um exemplo alarmante de como a violência de gênero, impulsionada por normas patriarcais, persiste globalmente. Abaixo, comparamos o caso de Sana com incidentes no Brasil e no mundo, destacando padrões e contextos culturais.

O Caso de Sana Yousaf no Paquistão

Sana Yousaf foi assassinada em 2025, pouco após comemorar seu 17º aniversário, por um jovem que não aceitou suas recusas. Segundo o chefe de polícia de Islamabad, Syed Ali Nasir Rizvi, o suspeito, preso após o crime, invadiu a casa de Sana após horas de perseguição. Rizvi descreveu o ato como um “assassinato a sangue frio”. No Paquistão, a violência por rejeição é comum, conforme apontado pela Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, que destaca os “crimes de honra” como parte de um cenário mais amplo de violência de gênero, enraizado em normas que reforçam a posse masculina sobre as mulheres.

Casos no Brasil

No Brasil, a violência por rejeição amorosa é uma das principais causas de feminicídios.

  • Estatísticas: Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2023), foram registrados 245.713 casos de violência doméstica, um aumento de 8,7% em relação a 2022. A pesquisa “Visível e Invisível” (2025, projeção) indica que 26,8% das agressões contra mulheres são cometidas por ex-parceiros, com 52% por parceiros atuais e 15% por ex-parceiros. Apenas 14,2% das vítimas procuram a polícia, muitas por medo ou descrença na justiça.

  • Exemplo Notável: Em 2019, Elaine Caparroz, de 55 anos, foi brutalmente agredida no Rio de Janeiro por um homem que conheceu online, após rejeitá-lo. O caso ganhou destaque por expor a violência desencadeada por rejeição. Outro exemplo é o caso da influenciadora colombiana Valeria Márquez, atacada por um ex-namorado com uma faca durante uma transmissão ao vivo, refletindo a vulnerabilidade de mulheres públicas.

  • Contexto Cultural: A cultura patriarcal no Brasil, como explica a pesquisadora Maria Luiza Heilborn, reforça a ideia de que a rejeição feminina “mancha” a honra masculina, aumentando o risco de violência no término de relacionamentos. A Lei Maria da Penha (2006) e a tipificação do feminicídio (2015) são avanços, mas a subnotificação (47,4% não denunciam) e a falta de delegacias especializadas dificultam a proteção.

Casos no Mundo

A violência por rejeição é um fenômeno global:

  • Índia: O National Crime Records Bureau (2022) registrou 405.326 casos de crimes contra mulheres, muitos ligados a rejeições matrimoniais ou “crimes de honra”. Ataques com ácido e assassinatos são comuns.

  • México: Cerca de 10 mulheres são assassinadas por dia, com 70% dos feminicídios ligados a violência doméstica, segundo a Data Cívica (2024). A rejeição é um gatilho frequente.

  • Estados Unidos: O Violence Policy Center (2023) aponta que 33% dos assassinatos de mulheres são cometidos por parceiros ou ex-parceiros, frequentemente por ciúmes ou rejeição.

  • Globalmente: Um relatório da OMS (2021) indica que 30% das mulheres em relacionamentos sofreram violência física ou sexual, com a rejeição como fator recorrente em feminicídios.

Comparação e Reflexões

  • Semelhanças: Em todos os contextos, a violência por rejeição reflete uma percepção de posse masculina e a resistência à autonomia feminina. A perseguição (stalking), como no caso de Sana, é comum, com 16,1% das mulheres brasileiras relatando esse tipo de violência (2025).

  • Diferenças: No Paquistão, os “crimes de honra” têm maior aceitação social em algumas comunidades, enquanto no Brasil, a legislação é mais avançada, mas a aplicação é limitada. Nos EUA, o acesso a armas de fogo aumenta a letalidade.

  • Soluções: Iniciativas como o Ligue 180 e a Lei Maria da Penha no Brasil, campanhas da ONU Mulheres globalmente e a conscientização pública são essenciais para combater a violência de gênero.

O assassinato de Sana Yousaf é um alerta para a violência de gênero impulsionada por rejeição, um problema que transcende fronteiras. No Brasil, onde ex-parceiros são responsáveis por 26,8% das agressões, e em países como Índia e México, a cultura patriarcal perpetua esses crimes. Fortalecer a legislação, ampliar redes de apoio e combater discursos misóginos são passos cruciais para proteger as mulheres e garantir seu direito à autonomia.



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