Hran inaugura unidade pioneira de cirurgia bariátrica no SUS-DF, com estrutura especializada e atendimento multiprofissional. Busque as UBSs, mas o sistema precisa de mais escala. Em 21 de maio de 2025, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) inaugurou a primeira Unidade de Cirurgia Bariátrica do Sistema Único de Saúde (SUS) no Distrito Federal, um marco no atendimento a pacientes com obesidade. A cerimônia contou com a presença da vice-governadora Celina Leão, da primeira-dama Mayara Noronha, do presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) no DF, Aristotenis Cruz, e do superintendente da Região de Saúde Central, Paulo Roberto da Silva. Busque atendimento já para garantir acesso a esse serviço essencial, mas saiba que o sistema enfrenta desafios para atender a demanda.
Estrutura e Funcionamento
A nova unidade foi projetada para oferecer atendimento humanizado e acessível, com:
Seis consultórios equipados com 16 cadeiras adaptadas para pessoas com obesidade, armários e ar-condicionado, garantindo conforto e dignidade.
Equipe multiprofissional: Composta por 9 cirurgiões, 2 psicólogos, 1 endocrinologista, 2 técnicas de enfermagem e 3 nutricionistas, focada em pré e pós-operatório.
Capacidade de atendimento: Mais de 700 atendimentos mensais para pacientes em acompanhamento, com 80 cirurgias realizadas em 2024 e 20 em 2025 até maio.
A médica Ana Carolina Fernandes, responsável técnica, explica: “O paciente agora sabe exatamente onde será acolhido, com uma estrutura pensada para suas necessidades.” A paciente Sandra Regina da Costa, 59 anos, que aguarda a cirurgia, destaca: “Eu dependia dos outros para tudo. Esse espaço é um divisor de águas.”
Contexto da Obesidade no DF
O secretário de Saúde, Juracy Cavalcante, alerta: “Projeções indicam que, em poucos anos, 48% da população do DF terá sobrepeso ou obesidade.” Essa tendência sobrecarrega o SUS, com aumento de doenças associadas, como diabetes e hipertensão. Desde 2008, o Hran já realizou mais de 1.000 cirurgias bariátricas, promovendo qualidade de vida e redução de comorbidades. A nova unidade visa ampliar esse impacto, mas sua escala ainda é limitada.
A porta de entrada para o serviço são as 176 unidades básicas de saúde (UBSs) da Secretaria de Saúde (SES-DF). Pacientes com sobrepeso são avaliados e, se necessário, encaminhados ao Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão Adulto (Cadh) ou ao Centro Especializado em Obesidade, Diabetes e Hipertensão (Cedoh). Após triagem, casos elegíveis para cirurgia são direcionados ao Hran.
Fluxo de Atendimento
Consulta na UBS: Avaliação inicial para identificar sobrepeso ou obesidade.
Encaminhamento especializado: Pacientes são direcionados ao Cadh ou Cedoh para acompanhamento por equipes multidisciplinares.
Indicação cirúrgica: Após avaliação, o paciente é preparado para a cirurgia bariátrica no Hran, com suporte pré e pós-operatório.
Esse fluxo estruturado garante acompanhamento contínuo, mas a demora entre etapas pode desmotivar pacientes e atrasar tratamentos.
Críticas e Limitações
Apesar do avanço, o sistema enfrenta obstáculos:
Capacidade limitada: Com apenas 20 cirurgias em 2025 até maio, a unidade não atende à demanda de uma população com alta prevalência de obesidade.
Burocracia no acesso: O processo de encaminhamento via UBSs é lento, com filas que podem levar meses, dificultando o acesso de pacientes graves.
Foco insuficiente em prevenção: A SES-DF prioriza o tratamento cirúrgico, mas investe pouco em programas de educação alimentar, atividade física e saúde mental nas UBSs.
Equipe reduzida: A equipe multiprofissional, embora qualificada, é pequena para a quantidade de pacientes, com risco de sobrecarga e atrasos.
O diretor do Hran, Paulo Henrique Cordeiro, afirma: “Entregamos mais do que estrutura; entregamos esperança.” Contudo, sem ampliação de recursos, a unidade pode não cumprir todo o seu potencial.
Recomendações para Melhorias
Para tornar o serviço mais eficaz, a SES-DF deve:
Aumentar o número de cirurgias: Investir em mais equipes e infraestrutura para realizar pelo menos 200 cirurgias anuais.
Agilizar o fluxo de atendimento: Reduzir o tempo de espera entre UBSs, centros especializados e o Hran com processos digitalizados.
Fortalecer a prevenção: Implementar campanhas nas UBSs sobre nutrição, exercícios e saúde mental para reduzir a incidência de obesidade.
Expandir a equipe: Contratar mais profissionais, especialmente psicólogos e nutricionistas, para suportar o volume de atendimentos.
Aja com Responsabilidade
Procure uma UBS hoje se você ou alguém próximo enfrenta problemas com obesidade. O acompanhamento precoce pode prevenir complicações e acelerar o acesso à cirurgia, se necessária. Não espere sintomas graves – o SUS oferece suporte desde a atenção básica. Exija da SES-DF mais agilidade, prevenção e investimento na unidade do Hran. A saúde pública depende de sua voz para melhorar. Consulte os serviços disponíveis no site da SES-DF.
Fonte: Agência Brasília
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