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Ancelotti na Seleção: Como o Brasil Busca Renovar o Futebol Diante da Ascensão Argentina

 

Ancelotti na Seleção: Como o Brasil Busca Renovar o Futebol Diante da Ascensão Argentina

Carlo Ancelotti foi apresentado hoje como técnico da Seleção Brasileira e escalou o time para as Eliminatórias, enquanto o Brasil busca renovação com Filipe Luís.

Carlo Ancelotti foi oficialmente apresentado como novo técnico da Seleção Brasileira, marcando um novo capítulo para o futebol nacional. O renomado técnico italiano, que já anunciou sua escalação para os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo, traz sua vasta experiência em clubes europeus como Real Madrid, Milan e Bayern de Munique para tentar recolocar o Brasil no topo do futebol mundial. A primeira convocação inclui uma mistura de veteranos e jovens promissores, refletindo sua visão para o time. No entanto, sua nomeação também reflete uma realidade preocupante: o declínio da escola brasileira de técnicos, que contrasta com a ascensão da escola argentina, um fenômeno visível até no Brasileirão, onde técnicos estrangeiros, incluindo alguns argentinos, têm ganhado destaque nos últimos anos.

Um Novo Capítulo para a Seleção Brasileira

A contratação de Ancelotti pela CBF é um marco. O técnico italiano, conhecido por sua habilidade de gerir elencos estelares e adaptar táticas às características dos jogadores, chega para substituir a geração de técnicos brasileiros que, nos últimos anos, não conseguiu acompanhar as evoluções táticas do futebol global. Sua experiência em competições europeias pode trazer um novo fôlego à Seleção, que busca recuperar o protagonismo perdido desde a última Copa do Mundo. A primeira escalação de Ancelotti, apresentada hoje, mostra confiança em nomes como Alisson no gol, Marquinhos na defesa, Casemiro no meio-campo e Vinicius Júnior no ataque, além de apostas em jovens como Estevão. No entanto, essa escolha levanta uma questão: por que a CBF optou por um estrangeiro em vez de um técnico brasileiro?

Primeira escalação para as Eliminatórias:

  • Goleiros: Alisson, Bento, Hugo Souza

  • Defensores: Alex Sandro, Alexsandro, Lucas Beraldo, Carlos Augusto, Danilo, Léo Ortiz, Marquinhos, Vanderson, Wesley

  • Meio-campistas: Andreas Pereira, Andrey Santos, Bruno Guimarães, Casemiro, Ederson, Gerson

  • Atacantes: Antony, Estevão, Gabriel Martinelli, Matheus Cunha, Raphinha, Richarlison, Vinicius Júnior

A resposta está no declínio da escola brasileira de técnicos. Apesar de um passado glorioso, com nomes como Telê Santana, Luiz Felipe Scolari e Tite, que levaram o Brasil a conquistas históricas, o cenário atual mostra uma falta de renovação tática. Muitos treinadores brasileiros ainda se apoiam em estilos reativos, com menos ênfase em posse de bola e intensidade, que dominam o futebol moderno. Fernando Diniz, com sua abordagem inovadora, é uma exceção, mas enfrenta resistência no cenário nacional.

A Ascensão da Escola Argentina

Enquanto o Brasil enfrenta dificuldades, a Argentina vive um momento de ouro. A "escola argentina" de técnicos tem se destacado globalmente, com nomes como Lionel Scaloni, que levou a Argentina à glória na Copa América de 2021 e 2024 e na Copa do Mundo de 2022, e Marcelo Gallardo, que atualmente comanda o River Plate, tendo retornado ao clube em 2024 após uma passagem pelo Al-Ittihad, revolucionando o futebol sul-americano com sua visão tática. A AFA (Associação de Futebol Argentino) investe fortemente na formação de técnicos, oferecendo cursos avançados que enfatizam tática, psicologia e gestão de grupo, o que explica essa ascensão.

A influência argentina se estende pela América do Sul, com técnicos como Ricardo Gareca, que comanda o Chile desde 2024 após uma passagem marcante pelo Peru, e Jorge Fossati, uruguaio com forte influência argentina, que assumiu a seleção peruana em 2023. No Brasil, a presença de técnicos estrangeiros no Brasileirão é notável. Nos últimos anos, nomes como Juan Pablo Vojvoda, que está no Fortaleza desde 2021 e tem sido elogiado por sua consistência tática, e Abel Ferreira, português que comanda o Palmeiras desde 2020 com títulos como a Libertadores, têm se destacado. Eduardo Coudet, que treinou Internacional e Atlético-MG até 2023, também fez sucesso, mas deixou o Brasil para assumir o Al-Ittihad na Arábia Saudita em 2024. Clubes como o Flamengo já buscaram inovação com técnicos argentinos, como Jorge Sampaoli em 2023, evidenciando a procura por abordagens táticas que os técnicos brasileiros nem sempre conseguem oferecer.

O Declínio e a Tentativa de Renovação da Escola Brasileira

O declínio da escola brasileira de técnicos é evidente. A competitividade do Brasileirão, com pressão por resultados imediatos, dificulta a consolidação de novos nomes. Técnicos brasileiros experientes, como Rogério Ceni e Mano Menezes, não têm alcançado o mesmo impacto que os estrangeiros, e jovens promessas enfrentam barreiras para se firmar. A escolha de Ancelotti reflete essa necessidade de uma abordagem mais moderna, que a escola brasileira não tem entregado consistentemente. Enquanto isso, a Argentina exporta suas ideias, com Marcelo Bielsa influenciando até gigantes como Pep Guardiola.

No entanto, o Brasil tenta renovar sua escola de técnicos, e um exemplo promissor é Filipe Luís, ex-jogador do Flamengo que assumiu o comando do time principal em 2024. Revelado pelo Figueirense e com uma carreira vitoriosa na Europa (Atlético de Madrid e Chelsea), Filipe voltou ao Flamengo em 2019, conquistando títulos como a Libertadores e a Copa do Brasil antes de se aposentar em 2023. Desde então, ele tem impressionado na base do clube, vencendo a Copa Rio Sub-17 e a Copa Intercontinental Sub-20, antes de assumir o time profissional. Em 2025, com um início sólido à frente do Flamengo, incluindo a Supercopa do Brasil e a Taça Guanabara, Filipe Luís simboliza a renovação que o futebol brasileiro busca, unindo experiência como jogador a uma visão tática moderna.

O Futuro do Futebol Brasileiro

A chegada de Ancelotti pode ser um divisor de águas para a Seleção Brasileira, trazendo uma visão externa que ajude a modernizar o futebol nacional. Com sua primeira escalação já anunciada hoje, ele demonstra intenção de unir experiência e renovação para os desafios das Eliminatórias. Para que a escola brasileira de técnicos volte a brilhar, é essencial investir na formação de novos treinadores, incentivar a troca de ideias com o futebol global e dar espaço para que talentos como Filipe Luís se consolidem sem a pressão por resultados imediatos.

Enquanto isso, a Argentina continua dominando o cenário sul-americano, com seus técnicos conquistando títulos e espaços internacionais. O Brasileirão reflete essa tendência, com a presença de técnicos estrangeiros como um sinal de mudança. Cabe ao Brasil decidir se a chegada de Ancelotti será um ponto de partida para uma transformação ou apenas uma solução temporária.




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