
Influenciador admite que tudo não passava de uma jogada publicitária para promover audiolivro — e é duramente criticado por youtubers e jornalistas
Um “presidenciável” de mentira
Na noite de 3 de abril de 2025, o influenciador Felipe Neto causou um rebuliço político nas redes sociais ao anunciar sua “pré-candidatura” à Presidência da República. O anúncio, feito por vídeo, parecia sério, com direito a discurso pronto, promessas e referências à situação política do país. Muita gente acreditou — pelo menos por 24 horas.
No dia seguinte, a verdade veio à tona: tudo não passava de uma ação de marketing para divulgar o lançamento do audiolivro “1984”, de George Orwell, narrado por Lázaro Ramos. A intenção, segundo Felipe, era “provocar uma reflexão” sobre os perigos do autoritarismo.
A jogada de mestre? Talvez. Mas também um prato cheio para críticos, políticos e influenciadores que já tinham o influenciador como alvo frequente.
Revolta geral: “Isso não é brincadeira!”
A reação foi imediata e feroz. O jornalista Luiz Megale, da BandNews FM, classificou a ação como “lamentável”, afirmando que “eleição presidencial não é piada”. Para ele, Felipe Neto transformou um processo democrático sério em palco para autopromoção.
O youtuber e deputado federal Gustavo Gayer foi além: chamou o episódio de “nojento” e “ridículo”. Em vídeos e entrevistas, acusou o influenciador de manipular a opinião pública com um “teatro barato” para ganhar engajamento e vender um produto.
Outro crítico constante, o youtuber Nando Moura, ironizou o caso nas redes e reforçou sua tese de que Felipe não passa de um “garoto espertinho” que vive de marketing, polêmicas e oportunismo.
O golpe de marketing e os números
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A “pré-candidatura” foi anunciada em 3 de abril.
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No dia 4, Felipe revelou que era uma jogada publicitária.
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O conteúdo promovido foi o audiolivro de “1984”, lançado pela Storytel.
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Felipe possui mais de 45 milhões de seguidores nas redes.
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O vídeo original teve mais de 7 milhões de visualizações em 24h.
Mesmo com o “alvo” nobre — provocar reflexão sobre autoritarismo —, a ação dividiu opiniões e foi vista por muitos como uma tentativa de autopromoção disfarçada de ativismo político.
Fim da linha para a credibilidade?
Com mais uma polêmica no currículo, Felipe Neto reforça a imagem de que sua influência vem mais da habilidade em gerar cliques do que da coerência ideológica. E neste caso, o preço pode ter sido alto demais: sua credibilidade política saiu arranhada — e seus críticos, mais afiados do que nunca.
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