Dos dez homens mais ricos do mundo, nove estão diretamente ligados ao setor de tecnologia. Entre eles, Bill Gates, cofundador da Microsoft, ocupa a oitava posição no ranking global de bilionários, com uma fortuna avaliada em US$ 165 bilhões, segundo a Bloomberg. Apesar de seu histórico de doações e apoio a causas sociais, Gates tem se mostrado surpreso com a recente guinada política de seus colegas de indústria.
Em entrevista ao New York Times, Gates afirmou: "Sempre achei que o Vale do Silício fosse de centro-esquerda. O fato de agora haver um grupo significativo de centro-direita é uma surpresa para mim". Sua declaração chama atenção para uma mudança no perfil político dos magnatas da tecnologia, que estão cada vez mais alinhados a ideais conservadores e ao Partido Republicano dos Estados Unidos.
Bilionários e seu apoio político
Durante anos, o setor de tecnologia foi amplamente associado às pautas progressistas, apoiando candidaturas democratas e financiando iniciativas sociais. No entanto, essa tendência está mudando, com alguns dos mais proeminentes executivos demonstrando apoio a políticas e figuras da direita americana.
Um dos exemplos mais notórios é Elon Musk, o homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 433 bilhões. Musk não apenas demonstrou afinidade com a gestão de Donald Trump, mas também contribuiu com US$ 200 milhões para sua posse presidencial. Outro nome de peso é Mark Zuckerberg, CEO da Meta (Facebook), que também teria expressado apoio ao governo republicano.
A lista de bilionários ligados à tecnologia que compareceram à posse de Trump inclui Tim Cook (CEO da Apple, com fortuna de US$ 2,5 bilhões), Sundar Pichai (CEO da Alphabet, dona do Google) e Jeff Bezos (fundador da Amazon, com fortuna de US$ 256 bilhões). O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, também marcou presença no evento, evidenciando que essa mudança política não se restringe apenas às gigantes norte-americanas.
A postura de Bill Gates
Diferente de seus colegas, Bill Gates tem evitado apoiar publicamente Trump e suas políticas. Recentemente, o cofundador da Microsoft doou US$ 50 milhões à campanha da vice-presidente Kamala Harris, enfatizando sua preferência por políticas progressistas. No entanto, apesar de sua distância ideológica, Gates declarou que continuará disposto a trabalhar com qualquer governo para impulsionar suas iniciativas globais. "Vou me envolver com esta administração da melhor forma possível, assim como fiz com a primeira administração Trump", afirmou.
O que essa mudança significa?
A aproximação dos bilionários da tecnologia com a direita pode refletir interesses estratégicos, como redução de impostos, menos regulações governamentais e maior flexibilidade no setor de inovação. Essa nova configuração pode impactar diretamente políticas de mercado, legislação sobre tecnologia e privacidade digital, além de influenciar futuras eleições nos Estados Unidos.
Com o Vale do Silício adotando uma postura mais dividida, resta saber como essa polarização afetará o futuro da indústria e sua relação com a política global.
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