
Com a chegada do Carnaval, muitas pessoas mergulham de cabeça na festa e esquecem de um detalhe essencial: o próprio bem-estar. O calor, a maratona de blocos e a bebida em excesso formam uma combinação perigosa para a saúde. Para ajudar os foliões a curtirem sem prejudicar o corpo, a chefe do Serviço de Nutrição Dietética do Hospital de Base, Talitha Elcana, traz orientações valiosas. Mas a grande questão é: quem realmente segue essas dicas?
Alimentação equilibrada: será que o folião se preocupa?
Pular, dançar e caminhar por horas exige energia, mas é comum que os foliões ignorem a importância da alimentação. O ideal, segundo Talitha, é consumir alimentos que liberam energia de forma gradual, como pães e cereais integrais, batata-doce e arroz integral.
A nutricionista alerta também para a necessidade de eletrólitos, como sódio, potássio e magnésio, fundamentais para manter a hidratação e minimizar os danos da ressaca. "Alimentos como banana, água de coco, melancia, laranja e folhas verdes ajudam na recuperação do organismo", explica.
Mas sejamos realistas: quantas pessoas realmente se preocupam com a qualidade da alimentação antes e durante a festa? Muitos só percebem a falta de nutrientes quando o corpo dá sinais de esgotamento.
Comida de rua: um risco ignorado
O consumo de alimentos de rua é praticamente inevitável durante o Carnaval, mas a falta de cuidado pode transformar a diversão em um problema de saúde. Frituras, hambúrgueres de procedência duvidosa e bebidas armazenadas sem higiene podem provocar intoxicação alimentar. "A moderação é essencial. Se quiser comer um hambúrguer, prefira grelhado em vez de frito", sugere Talitha. Ainda assim, na empolgação do momento, muitos acabam ignorando essas recomendações e sofrem as consequências depois.
Bebidas alcoólicas: um problema que se repete
A relação entre Carnaval e bebida alcoólica é inevitável. Mesmo com campanhas sobre o consumo responsável e os perigos da combinação entre álcool e direção, muitos foliões ainda exageram. A dica mais básica segue sendo ignorada: alternar bebidas alcoólicas com água. A desidratação causada pelo álcool é uma das principais razões da ressaca e da perda de energia durante a folia.
A recomendação é ingerir ao menos dois a três litros de água por dia, mas no Carnaval essa quantidade pode ser ainda maior. "Se quiser variar, aposte em sucos naturais, água de coco e isotônicos", sugere Talitha. O problema é que boa parte dos foliões só se lembra disso quando a ressaca já chegou.
Desidratação e exaustão: sinais ignorados na festa
A empolgação pode mascarar os sinais de alerta do corpo, e a desidratação é um dos principais riscos. "Se sentir boca seca, tontura, dor de cabeça, urina escura ou cansaço excessivo, aumente a ingestão de líquidos e faça uma pausa para descansar", alerta a especialista. No entanto, em meio à multidão e ao som alto, poucas pessoas prestam atenção nesses sinais.
O que falta: conscientização ou interesse?
Todos os anos, profissionais de saúde reforçam as mesmas recomendações, mas os erros se repetem. Será que falta conscientização ou as pessoas simplesmente ignoram as consequências em prol da diversão? Cuidar da saúde no Carnaval não significa abrir mão da folia, mas sim garantir que a diversão não termine com um problema de saúde ou um acidente evitável. A escolha está nas mãos de cada um.
Fonte: Agência Brasília
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