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Prince: O Rockstar que Se Tornou Testemunha de Jeová e Batia de Porta em Porta

 

Prince: O Rockstar que Se Tornou Testemunha de Jeová e Batia de Porta em Porta

Imagina a cena: você está em casa e, de repente, há uma batida na porta. Você atende, esperando um típico chamado de um Testemunha de Jeová, mas para sua surpresa, o homem à sua frente não é um fiel comum, mas uma verdadeira lenda da música, conhecida por sua energia selvagem e provocativa. Com seus 1,55m de altura e uma Bíblia nas mãos em vez de uma guitarra, é o próprio Prince na sua porta.

A história de Prince é uma das mais fascinantes e complexas do mundo da música. Em seus 57 anos de vida, parece que ele viveu mil vidas. Era um talento de nível genial, um virtuoso que provou seu valor instantaneamente ao tocar, compor e produzir todas as notas de seu álbum de estreia, utilizando todos os instrumentos.

A partir daí, sua carreira se transformou várias vezes. Prince foi um camaleão musical, seguindo sua visão onde quer que ela o levasse, seja para o estrelato pop ou para cantos mais controversos. Houve um momento em que ele mudou seu nome para um símbolo impronunciável, tudo para fazer uma declaração. E quantas vezes ele usou suas letras para abordar questões sociais e políticas, colocando em suas canções tudo aquilo pelo qual era apaixonado.

Dentro de toda essa jornada, há muitos caminhos a explorar, desde suas influências musicais até suas relações pessoais. No entanto, um dos aspectos mais interessantes de sua trajetória foi sua relação com a religião e como suas crenças espirituais evoluíram junto com ele.

Desde sua infância, Prince foi um crente. Ele chegou a dizer sobre sua juventude e suas esperanças para o futuro: "Eu queria ser como meu pai, e amava tudo o que ele amava — minha mãe, a Bíblia e a música." No início, essas últimas duas coisas se transformaram. Deus tinha um papel importante na vida de Prince, mas com a religião muitas vezes sendo usada como metáfora para o amor e a devoção em canções como "I Would Die 4 U" ou nas mensagens secretas de "Darling Nikki". Em 1981, ele deu um passo adiante, quando sua música "Controversy" incluiu a Oração do Senhor por inteiro.

Mas, durante todo esse período, a abordagem de Prince em relação à religião era um tanto confusa. Era claro que Deus desempenhava algum papel na vida do músico, mas quando frequentemente era mencionado em letras mais ousadas ou em músicas com conteúdo explícito, poucas pessoas imaginariam que o artista fosse algo próximo de um bom e devoto “menino de igreja”.

Foi em 2001 que sua posição mudou, quando se tornou Testemunha de Jeová. Após uma amizade de longa data com Larry Graham, do Sly and the Family Stone, Prince se converteu à religião, mas ele não via isso como uma conversão. "Eu não vejo isso como uma conversão", disse Prince à New Yorker em 2008, "É mais como uma realização. É como Morpheus e Neo em Matrix." Envolvido em sua nova fé, ele começou a frequentar as reuniões e até se envolveu nas visitas de porta em porta, saindo de sua mansão Paisley Park para pregar na comunidade local.

"Às vezes as pessoas ficam surpresas, mas na maioria das vezes elas são bem legais sobre isso", disse ele. A cena é até engraçada: a estrela do rock indo de casa em casa, pedindo um momento de atenção para falar sobre Deus. Mas para Prince, isso era coisa séria.

"Eu disse: ‘Você sabe, você entrou em uma casa judaica, e isso não é algo que me interessa’", lembrou-se um membro de uma família local, que foi abordado pelo músico. Mas Prince estava determinado. Ele queria continuar sua pregação, e respondeu: "Posso terminar?"

Quem sabe se Prince conseguiu converter alguém, mas passar o tempo indo de porta em porta ao lado de Larry Graham certamente foi uma maneira inusitada para uma estrela mundialmente famosa passar seu tempo livre.

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