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Violência entre Torcidas: Um Reflexo da Falência no Controle e Cultura do Esporte?

 

O triste episódio da madrugada deste domingo (27) na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, São Paulo, expôs mais uma vez o lado sombrio do futebol brasileiro. O confronto entre a torcida organizada Mancha Verde, do Palmeiras, e torcedores do Cruzeiro resultou em uma pessoa morta, um jovem de 30 anos, e outras 17 feridas. É mais um caso que evidencia a escalada de violência e descontrole entre grupos que, sob o pretexto de paixão esportiva, se organizam para praticar atos de guerra.

A cena poderia ser de um filme de ação, mas ocorreu bem próxima à capital paulista: uma emboscada, rojões, bombas caseiras e até “miguelitos” usados para interceptar e provocar o ônibus com torcedores. Embora a Polícia Rodoviária Federal tenha respondido prontamente ao conflito, é impossível ignorar que essa tragédia reflete uma sucessão de falhas preventivas, não apenas do policiamento, mas também da administração dos próprios clubes e do poder público.

A frequência e intensidade desses episódios mostram que a legislação e as tentativas de regulamentação para torcidas organizadas são insuficientes. Muitos desses grupos, que deveriam apoiar seus times de forma saudável, se transformaram em verdadeiras gangues, colocando em risco tanto rivais quanto a segurança pública. Mesmo com as investigações em andamento, é alarmante perceber que nenhum suspeito foi detido até o momento e que tanto os clubes quanto a Secretaria de Segurança Pública permanecem em silêncio.

Não é a primeira vez, tampouco será a última, que ouvimos falar de cenas de guerra entre torcidas em estradas, estádios e cidades brasileiras. E isso levanta uma questão urgente: até que ponto as autoridades brasileiras estão dispostas a agir contra essa cultura de violência que permeia o futebol?

A indiferença e a falta de políticas de segurança efetivas indicam um retrocesso. O futebol é visto por muitos como o “esporte do povo”, mas, no Brasil, ele vem se tornando o “esporte do medo”, onde ir a um estádio ou retornar de um jogo pode ser uma decisão de alto risco. Enquanto o silêncio e a impunidade prevalecerem, será impossível resgatar a essência do futebol como um espaço de celebração e alegria.

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