Resposta ao artigo da Forbes: Por que Vinicius Jr. Merece o Reconhecimento que Foi Negado pela Bola de Ouro

Em resposta ao artigo publicado na Forbes por Zak Garner-Purkis, intitulado "Vinicius Junior Should Never Win the Ballon D'Or for This Reason" (Vinicius Jr. Nunca Deveria Ganhar a Bola de Ouro por Esse Motivo), surgem importantes contrapontos sobre a análise da premiação da Bola de Ouro 2024. O texto, que discute a suposta falta de controle de jogo de Vinicius Jr., tenta justificar a vitória de Rodri sobre o atacante brasileiro, mas acaba revelando uma visão limitante e algumas contradições sobre o que deveria ser o critério para o "melhor do mundo".

O Peso e o Valor de Vinicius Jr. no Real Madrid e no Futebol Global

Um ponto de crítica ao artigo da Forbes é a afirmação de que Vinicius Jr. "não controla o jogo" como Rodri. Essa interpretação, no entanto, negligencia o papel de Vinicius como um jogador ofensivo que atua para desequilibrar defesas adversárias e criar chances de gols. Seus números na última temporada — 24 gols e 11 assistências — são reflexo de sua capacidade de impactar diretamente o resultado das partidas, algo que vai além de qualquer "controle" no meio de campo. Rodri desempenha um papel inegavelmente importante, mas são funções diferentes, cada uma com seu peso dentro do contexto coletivo. É injusto comparar Vinicius e Rodri em um mesmo critério, ignorando que o futebol é um jogo multifacetado, onde diferentes posições e funções precisam coexistir para criar uma dinâmica vencedora.

A Contradição na Justificação da France Football

O artigo da Forbes parece aceitar sem reservas as explicações oferecidas pela France Football, que atribuíram a derrota de Vinicius à "diluição" de votos entre outros jogadores do Real Madrid. Contudo, em outras edições da Bola de Ouro, vimos companheiros de time figurando entre os principais colocados sem que isso prejudicasse os principais candidatos. Além disso, a justificativa de que a temporada “mista” do Real Madrid teria impactado negativamente Vinicius parece uma desculpa inconsistente, considerando que Vinicius foi um dos jogadores mais regulares do clube e manteve um desempenho destacado, independentemente da oscilação do time.

O Racismo e a Subestimação do Talento Brasileiro

Muitos fãs levantaram a questão do racismo, e, embora o artigo da Forbes ignore essa possibilidade, ela é relevante. Vinicius enfrentou episódios de racismo em campo, o que levanta a dúvida sobre se esses preconceitos influenciam, mesmo que de forma inconsciente, a percepção de seu valor. É um problema estrutural que o futebol precisa enfrentar, e, ao silenciar essa questão, o artigo acaba por reduzir o debate a uma questão puramente técnica, sem abordar o contexto mais amplo.

Uma Mudança na Premiação ou a Desvalorização de Talentos Ofensivos?

O artigo tenta justificar a vitória de Rodri como um passo em direção ao reconhecimento de funções menos glorificadas no futebol, como a de meio-campo defensivo. Isso seria positivo, mas a escolha de Rodri, neste contexto, parece mais uma decisão política do que uma avaliação objetiva de quem realmente se destacou como o melhor. Vinicius Jr., com sua habilidade única de criar jogadas e assumir protagonismo, é um dos jogadores mais empolgantes de sua geração, e desvalorizar sua importância por uma comparação injusta não parece o caminho para tornar o prêmio mais representativo.

Conclusão: A Bola de Ouro Perdeu a Conexão com os Fãs?

A decisão de conceder a Bola de Ouro a Rodri em detrimento de Vinicius Jr. se afasta daquilo que deveria ser o espírito do prêmio: reconhecer o jogador que mais impactou o futebol mundial. O artigo da Forbes tenta racionalizar essa decisão, mas falha ao ignorar a complexidade das diferentes funções dentro de campo e o peso que Vinicius, com seu talento único, traz ao jogo. Esta é uma oportunidade para o prêmio reavaliar seus critérios e se reconectar com os torcedores — os verdadeiros julgadores do melhor do mundo.