Uma pesquisa recente revelou dados significativos sobre a percepção da maconha medicinal e recreativa entre pessoas que sofrem de dor crônica. Realizada em estados onde a maconha medicinal é legal, o estudo revelou que 71% das pessoas com dor crônica acreditam que o governo federal deveria legalizar a cannabis para fins medicinais. Em contraste, apenas 59% dos médicos compartilham dessa visão, indicando uma divergência clara entre pacientes e profissionais de saúde.
O estudo, que incluiu 1.600 pacientes diagnosticados com dor crônica e 1.000 médicos, também identificou que quase dois terços (64%) dos pacientes acham que os planos de saúde devem cobrir a maconha medicinal. No entanto, pouco mais da metade (51%) dos médicos concordam com essa ideia. Essa disparidade de opiniões reflete as complexas atitudes em relação à legalização e ao acesso à cannabis, tanto medicinal quanto recreativa.
Quando se trata de maconha para uso recreativo, a diferença de opiniões é ainda mais acentuada. Enquanto 55% dos pacientes com dor crônica acham que ela deveria ser legalizada em todo o país, apenas 38% dos médicos apoiam essa ideia. Esses resultados destacam uma lacuna importante na percepção de como a maconha pode ser utilizada, tanto como uma terapia para alívio da dor quanto como uma substância recreativa.
Elizabeth Stone, a autora principal do estudo e instrutora de psiquiatria na Robert Wood Johnson Medical School da Rutgers University, afirmou: "No geral, as pessoas com dor crônica apoiaram mais as políticas que expandiriam o acesso à cannabis medicinal, e os provedores apoiaram mais as políticas que restringiriam o acesso à cannabis medicinal." Este contraste ressalta a necessidade de uma discussão mais ampla sobre a eficácia e a regulamentação da cannabis no tratamento da dor crônica.
O acesso à maconha, tanto medicinal quanto recreativa, varia significativamente de estado para estado nos EUA. Atualmente, 38 estados e Washington, D.C. legalizaram o uso de cannabis medicinal, enquanto mais 23 estados (incluindo D.C.) permitiram seu uso recreativo para adultos. Esse cenário complexo torna a discussão sobre a legalização e regulamentação da maconha ainda mais relevante, especialmente considerando que a cannabis pode oferecer uma alternativa valiosa para pacientes que buscam alívio para suas condições.
A pesquisa focou especificamente em pacientes adultos com dor crônica não cancerígena que sofrem de dor há seis meses ou mais. Os médicos pesquisados incluíam clínicos gerais e especialistas em dor. Os dados mostram que os pacientes que já usaram cannabis medicinal e relataram benefícios são os mais favoráveis à expansão do acesso, enquanto os médicos que não recomendaram a cannabis em suas práticas se mostraram mais hesitantes em apoiar a legalização.
Adicionalmente, 70% dos pacientes e médicos acreditam que as faculdades de medicina deveriam incluir o treinamento sobre o uso da cannabis no currículo. Essa informação indica uma demanda crescente por educação e diretrizes mais claras sobre o uso e a eficácia da cannabis no tratamento da dor.
Em termos de dados complementares, uma pesquisa anterior publicada em 2023 apontou que quase um em cada três pacientes com dor crônica utiliza cannabis como um analgésico. Muitos desses pacientes relatam que substituíram opioides pela maconha, enfatizando a necessidade de revisitar as estratégias de tratamento para a dor crônica. Um relatório da Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina de 2017 concluiu que existem evidências "conclusivas" da eficácia da cannabis em pacientes que sofrem de dor crônica, afirmando que "pacientes tratados com cannabis ou canabinoides são mais propensos a experimentar uma redução clinicamente significativa nos sintomas de dor."
A crescente aceitação da maconha medicinal e recreativa, especialmente entre aqueles que enfrentam dores crônicas, indica uma mudança nas percepções públicas e profissionais sobre a cannabis. Essa pesquisa não apenas destaca as opiniões divergentes entre pacientes e médicos, mas também aponta para uma necessidade urgente de educação e diretrizes sobre o uso da cannabis na medicina moderna.
Fonte: wyomingnewsnow
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