Nos últimos anos, a professora de direito Amy Wax, da Universidade da Pensilvânia, tornou-se uma figura controversa devido a suas declarações inflamadas e muitas vezes consideradas racistas. Recentemente, a universidade decidiu impor sanções significativas contra ela, incluindo uma suspensão de um ano com pagamento reduzido e a perda de seu cargo honorário, após anos de clamor público sobre suas falas.
Contexto do Caso
A professora Wax, que se destacou por afirmar que “nosso país estará melhor com mais brancos e menos não brancos”, foi oficialmente reprimida pela universidade, que também decidiu reduzir sua remuneração. Apesar das insistentes solicitações para que fosse demitida, Wax, que é professora na Penn desde 2001, não perderá seu cargo ou a titularidade. No entanto, a universidade determinou que ela será suspensa no próximo ano acadêmico, com 50% do salário, e perderá o pagamento de verão permanentemente. Além disso, ela não será mais reconhecida como Robert Mundheim Professor of Law, cargo que detinha anteriormente.
Declarações Polêmicas e Consequências
As declarações de Wax sobre alunos negros, asiáticos e outros grupos têm atraído atenção nacional, tanto de defensores da liberdade de expressão quanto de organizações de defesa da liberdade acadêmica. O ex-reitor da escola de direito da Penn, Theodore W. Ruger, destacou que a universidade já havia removido Wax de cursos obrigatórios em 2018, após comentários sobre o desempenho acadêmico de alunos negros.
Em uma carta de 2022, Ruger expressou preocupação de que o comportamento de Wax havia criado um ambiente hostil para alunos e colegas. Ele alegou que ela havia feito declarações discriminatórias, incluindo dizer a um aluno negro que “só tinha conseguido uma dupla Ivy por causa da ação afirmativa”.
O Processo Disciplinar
Após a análise do caso por um comitê de professores, a decisão de puni-la foi unânime. A universidade considerou que Wax havia se envolvido em “conduta flagrantemente não profissional”, fazendo generalizações negativas sobre grupos baseadas em raça, etnia e outros fatores. O provost da universidade, John L. Jackson Jr., afirmou que a liberdade acadêmica deve ser ampla, mas os professores devem avaliar todos os alunos de forma justa e não criar um ambiente desigual.
Implicações para a Liberdade Acadêmica
O caso de Amy Wax levanta questões importantes sobre a liberdade acadêmica e os limites do discurso em ambientes educacionais. Defensores da liberdade de expressão, como a Fundação para os Direitos Individuais e a Expressão (FIRE), argumentam que a universidade deveria reverter as punições, afirmando que a proteção da liberdade acadêmica se aplica a visões controversas, mesmo que ofendam outros.
Por outro lado, críticos como o ex-reitor Ruger e outros membros da comunidade acadêmica defendem que a conduta de Wax, se comprovada como discriminatória, deve ter consequências. A complexidade do caso destaca o delicado equilíbrio entre a proteção da liberdade de expressão e a responsabilidade dos educadores em criar um ambiente de aprendizagem inclusivo e seguro para todos os alunos.
O futuro de Amy Wax na Universidade da Pensilvânia e o impacto de suas declarações na comunidade acadêmica ainda são incertos. O caso não apenas desafia as normas de comportamento dentro das instituições de ensino superior, mas também reflete a luta contínua entre a liberdade de expressão e o respeito pelas diversidades. Enquanto isso, a discussão sobre o que constitui discurso aceitável em ambientes acadêmicos deve continuar, alimentando debates que podem definir o futuro da educação superior nos Estados Unidos.
Fonte: NBC News
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